Maravilhizacao

A Maravilhização: o fetiche do fetiche, o design da dominação e a interface da abstração

A maravilhização é um elemento presente no desenvolvimento tecnológico e científico conduzido pelo K-pital. Ele está presente no mais novo lançamento da informática, na mais criativa obra de 'arte e tecnologia' e nos discursos mais avançados da tecnofilia.

Se o modo de produção capitalista estabeleceu definitivamente a separação entre o homem e seu trabalho, quem ele é e o quê ele cria e a análise da sociedade, a separação entre sujeito e objeto, a maravilhisação tecnológica tem como função perpetuar essa separação com a aparência de unidade. A interface desenvolvida da novidade tecnológica é a transformação do ser em máquina do aparato.

A maravilhização isola a crítica pelo prazer e concede o sentimento necessário para a crítica não existir. A maravilhização captura, no sentido em que abre possibilidades altamente controladas, incentiva a subjetividade, imaginação e a criativide e introjeta a ideologia fetichizadora e abstrata da lógica utilitarista da racionalidade instrumental.

A maravilhização é ideológica. É condição para a objetivação da exploração abstrata na qual opera o trabalho. É condição para a extração da mais valia do conhecimento. Radicaliza a magia e a sublimação, para introjetar o prazer na exploração. É o impulso para a criação do servo padrão do nosso tempo. E por isso é elementar no processo que cede a alguns dominados a responsabilidade de manterem a dominação sobre todo o resto. Já não é pela violência física que se delega a poucos a função

A maravilhização opera não só como justificativa, mas como impulso para a aproximação entre dominador e dominado, e devido a sua característica maravilhosa, concede a ambos a isonomia de uma relação desigual, a cumplicidade de uma relação entre inimigos e uma trégua onde se deveria haver luta.

A maravilhização elimina a noção de "alternativa", ela é um auto reprodutor de seu próprio desenvolvimento. Assim como o espetáculo, onde ela reina, as únicas forças orgânicas são as que as desejam. Se delega a reprodução da magia do capital - a mais sutil e violênta face da dominação - a dominados que perpetuam e reproduzem o modo de produção e de vida do dominador, pelo objeto maravilhisado.

  "Imagina as maravilhas que podes fazer com essa novidade....!"

O maravilhoso se apresenta como arte, e por ser assim tomada, tem a áurea da sublimação, existe como uma mágica positiva surgida da sociedade. Só que ele não é arte é o simulacro do espetáculo. O maravilhoso, carrega como diferenciação uma aparente separação do real, ao mesmo tempo em que opera a dominação subjetiva mais cruel e corrói o carater partindo do desejo.

Ele é maravilhoso justamente por essa aparencia de autonomia que carrega, e que ao mesmo tempo se identifica com outro maravilhoso com a mesma carater de instrumento de unificação que tem o espetáculo. É a dominação racional materializada travestida de magia. Seu material bruto é o design, a funcionalidade, o espanto e o desejo

A maravilhisação é o fetiche do fetiche da mercadoria da industria da consciência. A maravilhisação não é mais uma relação mediada entre pessoas, é uma relação direta de uma subjetividade criada e contruida com e pela magia do K-pital. O elemento central da maravilhisação é a interface. A genese da maravilhisação está na idéia de que o meio é a mensagem. A maravilhisação faz o ser pensar de maneira positiva no fato de abstrair um mundo real, a maravilhisação é o consumo sem culpa.

As feiras de alta tecnologia são sua catedral, o último lançamento da Apple é seu santo, a 'convergência' é sua oração e a publicidade, seu altar. A maravilhisação depende de noções como 'lançamento', 'criação',

Notas

  1. Ó, tem paragrafo capenga e idéias faltantes... ajuda aê a juntas as pontas!
  2. Usado tanto maravilhização quanto maravilhisação.

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