ParaQueAsCidadesRessucitem

Para que as cidades ressuscitem

Trechos de Para que as cidades ressuscitem

  São Paulo é uma expressão exemplar do paradigma de ¿civilização¿ consumista:
  sua frota de veículos é a segunda maior do mundo, só ultrapassada por Tóquio,
  e cresce em ritmo oito vezes mais rápido do que a sua população. A cidade,
  que se transformou em metrópole sob a égide da indústria automobilística,
  cedeu seu espaço cívico para o carro e perdeu sua alma.

  Seria até trivial apontar as estatísticas criminosas associadas ao símbolo
  da industrialização consumista de que São Paulo é exemplar: 92% da poluição
  é causada pelos carros, reduzindo em quase dois anos a vida média do paulistano.
  Acidentes automobilísticos são a maior causa de mortes não-naturais: 1.487
  pessoas perderam a vida no trânsito da cidade em 2006, segundo a Companhia
  de Engelharia do Trânsito (CET). Além disso, há outros nove óbitos diários,
  em média, devido à poluição do ar, de acordo com estudo da Faculdade de
  Medicina da USP. Porém, não há nada de banal em indicar um dado quase
  apocalíptico: caso nada seja feito, São Paulo pode ter o ar tão poluído,
  em 2020, quanto a Vila Parisi, a área industrial de Cubatão conhecida
  como Vale da Morte.

  Não é, de fato, uma cidade, mas um ajuntamento individualista, cujo símbolo
  maior é o carro, o maior crime de São Paulo. A péssima qualidade de vida
  resultante é o um crime contra as pessoas e o próprio meio-ambiente da cidade.

Copyright (c) Coletivo Saravá: desde que não mencionado em contrário, este conteúdo é distribuído de acordo com a Licença de Manipulação de Informações do Coletivo Saravá.