PlanetaFavela
Planeta Favela
Fichamento do livro Planeta Favela.
Referências
Ver também Mute Vol 2 #3 - Naked Cities – Struggle in the Global Slums:
This issue of Mute, largely sparked by Mike Davis' claim that in the megaslums Muhammad and the Holy Ghost have superceded Marx, considers another view of the world's burgeoning 'naked cities'. Where the populace are refugees without rights or basic amenities, are new forms of political action emerging?
Seleção de trechos
Páginas 22-24
Tão imprevisível quanto as suas histórias locais e seus milagres urbanos específicos, a urbanização do leste da Ásia, acompanhada da triplicação do PIB per capta desde 1965, conserva uma relação quase clássica com o crescimento industrial e a migração urbana. Oitenta por cento do proletariado industrial de Marx vive hoje na China ou em algum lugar fora da Europa ocidental e dos Estados Unidos. Mas, na maior parte do mundo em desenvolvimento, falta ao crescimento das cidades o poderos motor industrial-exportador da China, da Coréia e de Taiwan, assim como a enorme importação chinesa de capital estrangeiro. [...] Essa perversa expansão urbana surpreendeu muitos especialistas e contradisse os modelos econômicos ortodoxos que previam que o feedback negativo da recessão urbana retardaria ou até reverteria a migração vinda do campo.
Página 80
John Turner e McNamara, Arquitetura Anárquica e Banco Mundial:
A nova sabedoria [sic] do final da década de 1970 e início da de 1980 exigia que o estado se aliasse a doadores internacionais e, depois, a ONGs para tornar-se um "capacitador dos pobres".
Página 81
Elogiar a práxis dos pobres tornou-se uma cortina de fumaça para revogar compromissos estatais históricos de reduzir a pobreza e o déficit habitacional.
Páginas 83-84
- Fundação Ford.
- Pós-consenso de Washington, fortalecimento das ONGs (financiamento, clientelismo e dependência).
- ONGs como neutralizadoras de tenões sociais, agindo como feedback negativo.
Página 97
- Apropriação do empreendedorismo dos movimentos de moradia.
Páginas 105-106
Controle e descontrole:
A reconstrução urbana ainda luta para maximizar ao mesmo tempo o lucro particular e o controle social. [...] mas não conseguem impedir a invasão de pobres que, afinal, estão apenas se comportando como agentes econômicos racionais.
Páginas 113-114
- Birmânia, 1996: 1 milhão de despejados (narcoarquitetura).
Página 117
Vigilância do estado:
Desde a década de 1970, tornou-se lugar-comum para governos do mundo todo justificar a remoção das favelas como modo indispensável de combater o crime. Além disso, as favelas costumam ser consideradas uma ameaça simplesmente por serem invisíveis para a vigilância do Estado e, com efeito, estarem "fora do panóptico".
Página 123
- Alphaville.
Página 124-125
Volta à cidade medieval:
É importante perceber que estamos lidando aqui com uma reorganização fundamental do espaço metropolitano, que envolve uma diminuição drástica das intersecções entre a vida dos ricos e a dos pobres [volta à cidade medieval ou mesmo "desincrustação"] [...] Enclaves e cidades periféricas temáticas e fortificadas, desentranhadas de suas próprias paisagens sociais mas integradas à cibercalifórnia da globalização a flutuar no éter digital [...] Neste "cativeiro dourado", acrescenta Jeremy Seabrook, os burgueses urbanos do Terceiro Mundo "deixam de ser cidadãos de seu próprio país e tornam-se patriotas da riqueza, nacionalistas de um nenhures dourado e fugídio".
Página 127
Uma villa misería próxima de Buenos Aires pode apresentar o pior feng shui que já se viu: ela foi construída "sobre um antigo lago, um depósito de lixo tóxico e um cemitério numa área sujeita a inundações".
Páginas 131-132
Classemoto:
Muito mais que deslizamentos e cheias, os terremotos realizam uma auditoria bem precisa da crise habitacional. Embora alguns terremotos de grande comprimento de onda, como o desastre de 1985 na Cidade do México, causem mais danos aos prédios altos, em geral a destruição sísmica mapeia com estranha exatidão as habitações de tijolo, barro ou concreto de má qualidade, principalmente se associadas a desmoronamentos de encostas e liquefação do solo.
Página 133
Incêndio criminoso, demolição a quente usando animais.
Página 134
Analogia com fractais: "Mandelbrots urbanos".
Página 138
Trânsito, acidentes, círculo vicioso do transporte, ciclismo.
Página 139
- Crise ambiental: Em termos abstratos, as cidades são a solução para a crise ambiental global: a densidade urbana de traduzir-se em maior eficiência em uso da terra [...]
Sim num primeiro momento, mas ressalvas precisam ser feitas (ex: quantas vezes a área de Londres é necessária para sustentá-la, isto é, qual é o tamanho efetivo da cidade?).
- Fetos humanos abortados em sacos de lixo.
Página 140
- Agricultura com resíduos.
Página 141-143...
- Água em São Paulo.
- A questão do esgoto e da merda.
Página 178
- Informalidade (especialmente a sua relação com as redes de terceirização).
Página 180
- Tucanês para "favela": "sistema de gerenciamento urbano estratégico de baixa renda".
Epílogo
Vale a pena ler na íntegra :P
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